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Rondônia, quarta, 08 de janeiro de 2025.

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Uma gramática flexível

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Vêm de longe as críticas da linguística ao modelo da gramática tradicional, sendo as mais recentes as que buscam tratar tópicos que eram considerados erros gramaticais ou desvios da norma como características de um português brasileiro ou mesmo de uma “língua brasileira”. A discussão sai dos bancos acadêmicos e chega à imprensa ou mesmo às redes sociais bastante simplificada e surge uma espécie de consenso de que não há nada que corrigir em língua, desde que se possa entender o que foi dito ou escrito. Essa é a opinião considerada progressista.

Para discutir na mesa de bar, basta um posicionamento capaz de indicar, mais ou menos, se o sujeito é progressista, bolsonarista de carteirinha ou se pertence aos 30% de indecisos. Quando se vai um pouco mais a fundo, o que é necessário a quem escreve profissionalmente, a quem ensina língua portuguesa ou a quem trabalha com revisão de textos, por exemplo, as questões ficam mais complexas.

Muitos profissionais recorrem às gramáticas tradicionais, que são obras fáceis de consultar e geralmente oferecem respostas objetivas. Também há os que se socorrem do Google, que, como um bom supermercado de ideias, oferece dicas de todos os tipos para todos os gostos, às vezes baseadas em algum estudo, outras vezes fruto de um achismo inconsequente.

Entre uma coisa e outra, surgiu nas livrarias a “Gramática do Português Brasileiro Escrito” (Parábola, 2023), de Carlos Alberto Faraco e Francisco Eduardo Vieira, que se insere nessa visão progressista e tenta oferecer uma alternativa às gramáticas tradicionais. Os autores tomam como base para o estabelecimento das regras “o domínio acadêmico e o jornalístico”, que consideram ser “instâncias bastante representativas da norma-padrão brasileira hoje”. Trocando em miúdos, o que se escreve na imprensa e nas universidades constitui o padrão culto brasileiro.
Leia mais (04/27/2024 – 13h00)

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